quarta-feira, 30 de março de 2011

Seguindo em frente

Chegou cansado do trabalho, entrou em seu quarto, colocando sua mochila em um canto qualquer. Tirou o sapato social, enquanto desabotoava sua camisa cinza, puxou-a para cima de forma que saisse de dentro da calça e sentou-se na ponta da cama. Era orgulhoso demais para admirtir a dor que sentia. A cama de casal parecera maior que nunca. Levantou, tirou o cinto, e deixou a calça cair, tirou suas meias quando a calça tocou o chão aproveitando o fato de ter que levantar os pés para sair de cima da roupa.

Caminhou até o armário e o abriu, do lado das suas roupas, as roupas dela, intocavéis, já fazia algum tempo que ela partira, e ele nem se quer teve coragem de mexer nas roupas. Ele balançou a cabeça, negativamente, fechou os olhos mas era tarde a lágrima já havia escorrido. Colocou o polegar e indicador direito no canto dos olhos para enxugá-los e caminhou para sala.

Abriu sua pequena copa, pegou seu velho e bom whisky, colocou duas pedras de gelo, serviu seu copo. Sentou-se em sua poltrona confortável próxima a uma de suas paredes espelhadas. A Lua estava coberta; sinais de chuva a caminho; Lembrou que lendo Clarisse Lispector desobriu que chuva representava mudança, mas não deu bola. Apoiou o copo na mesinha ao lado da poltrona, como tantas vezes fez para que ela sentasse em seu colo. Ele cansara.

Havia de deixar toda a tristeza sair; fechou os olhos e começou a lembrar, o beijo, a festa de casamento, a lua-de-mel, passaram por tudo, ela era tudo que ele poderia desejar. As tardes em um parque qualquer lendo um livro qualquer. O vento que batia no cabelo dela e jogava o perfume em sua face embriagando com o cheiro, o cheiro dela.

Sua respiração acelerou, seu corpo, cada célula, ele podia sentir o sangue passando. Como era difícil querer tanto sentir ela de novo, respirar o perfume dela, o pescoço aveludado. As lágrimas vinha sem parar e ele as deixou cair, ele precisava daquilo, ele necessitava. A chuva começou e ele sabia que era difícil para ele te-lâ perdido. Era pior ainda saber que não havia sido escolha dela, nem dele.

Ele se sentia culpado, culpado por estar viajando, ele sabia que era a trabalho, mas se culpava. Era mulher dele, somente dele. Com aquela dor ele sentiu seu corpo relaxar de uma forma estranha e sua visão escurecer. Dormiu. Durante o sono sua mente voou, foi longe, um sonho tranquilo mas que era com ela.

Ele abriu os olhos, eram cinco e trinta da manhã e o sol lhe batia no rosto, olhou para o lado viu o copo de whisky quase da cor de água por causa do gelo. Respirou fundo e percebeu que estava leve. Deixara toda angústia ir embora. Ele olhou para fora, de casa e percebeu era hora de seguir em frente.

sábado, 26 de março de 2011

A Música do Vizinho

OBS: Para melhor entendimento. Leia os textos: A Tarde Seguinte e Supreenda-me.


“Sentiu-se congelado; exatamente essa era a sensação. Era bom. A sensação da pele fervilhava porém. O novo, a descoberta, o pequeno mistério. Não acreditava, o novo fascinava.
O novo me parecia um velho conhecido, seus caminhos, seus limites. O corpo transboradava-lhe toda raça, toda a necessidade, enfim, toda emoção. Era evidente.
Ela demonstrava ser e conhecer as vontades dele. Ela era experiente. O conhecia, como se ele, se ele fosse simples; decifrável.
Tinham seus limites, seu senso comum, ele descia pelo seu corpo, seus lábios, e abraços, abriam caminho. Ela deixava, ela queria, alguém não poderia fingir tão bem.” Pensou.

Era um filme, ele não conseguia concentrar-se, ele tinha que trabalhar, mas era como se ela, negligentemente, houvesse tomado seus pensamentos.
Ele pensava em tudo. No seu sair do banho enrolada na toalha, no abraço subsequente, o beijo no pescoço. A respiração dele ofegou-se, o peito acelerou, mas ele disfarçara, era bom nisso. Pensar no que vivera fazia-o querer sonhar, mas ele, cuidados, precisava não pensar.

Ele havia ligado para uma estranha, que conhecera falando sobre sagitário, ela oferecera o telefone, ele aceitou. Marcaram de sair na noite seguinte. Um domingo. Não era natural o suficiente? E principalmente vê-la, linda, pura, santa. Por que aquilo era divino. Sair do banho ao som, de algum louco, tocando Sax as 7 da manhã. Aquilo era demais. Ele definiu como: “A manhã seguinte”.

Pacientemente, fechou os olhos, pegou sua lista: “to do” , e anexou, ligar para a tal Sagitariana. Colocou um site qualquer de musica, selecionou Garota de Ipanema, colocou seus fones. Aquilo certamente melhoraria seu rendimento, ainda que possivelmente o deixaria ofegante novamente. Era música do vizinho nos seus ouvidos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Surpreenda-me

Ela balançou os cabelos desfazendo o rabo de cavalo. Seu corpo ainda anestesiado pela sensação que vivera. Ele havia feito seu peito acelerar e a respiração ofegar. Ela ligou o chuveiro e deixou a água bater em suas costas, que ainda arrepiadas começavam a relaxar. Havia sido tenso, intenso e propenso. Propenso ao pecado capital. A Impureza, mais pura, nua e crua que se poderia viver.

E ela viveu. Delirou ao som doce do saxofone que algum vizinho tocava toda manhã. O som sexy que a fazia relembrar cada beijo, cada toque. Desligou o chuveiro, se envolveu na toalha que fazia delicada massagem em seu corpo.
Passou o pente em seus cabelos, e saiu do banho, olhou para a cama e la estava ele. Dormindo. Ele acordou, e com cara de sono deu um sorriso para ela em meio a um Bom Dia.

Ela respondeu e virou para seu armário.Procurava o que vestir. Ele levantou caminhou a envolveu pela cintura, beijou seu pescoço e perguntou o que ela gostaria de comer. Ela fechou os olhos sentindo aquele toque e finalmente respondeu: “Não importa, surpreenda-me”. Ele sorriu e respondeu: “muita fome ou pouca fome?” Ela andou até a penteadeira, não queria falar.

Não importava, ela só queria um suco fresco, ou algo que pudesse dividir com quem a arrepiara só por toca-la.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Prata

Fechei meus olhos. Os pensamentos soltavam da minha cabeça, como se de algum mudo, alguma maneira virariam fatos.

Passei alguns instantes e abri meus olhos, era estranho. Bom, porém estranho. Olhei para janela que permanecera aberta, a lua iluminava meu travesseiro. A contemplei, como se nunca houvesse visto tal beleza. A noite começava a fazer bem; minha cabeça esvaziara, meu peito não estava mais agitado. Ainda que flashs passavam, estava calmo, estava livre.

O senso de liberdade me tomou, queria ver a tal beleza mais próxima. Peguei meu carro, coloquei o velho cd dos The Cranberries, onde Linger ja não tocava perfeitamente. Continuei andando; seguindo para onde o Prata me levava. Como aqueles fios. Andei por aproximadamente vinte minutos e estacionei.

A priori não percebi aonde estava, olhei para os lados e então me dei conta. Estava aonde os tais pensamentos soltos que, anteriormente, estavam na minha cabeça surgiram.
Eu fechei meus olhos, encostei minha cabeça no volante, prestei atenção na musica que dizia coincidentemente: “I'm wasting no more time I'm always gonna tell you what's on my mind”.

Parecia estranho, era incerto, mas o Prata iluminava as casas, os prédios, mas principalmente a mim. Revivo o beijo, liguei o carro. Eu estava em paz.

sábado, 19 de março de 2011

Enfim o que resta

As vezes a vida simplesmente nos trás pesadelos. Nos faz passar por coisas que não deveríamos. Nos faz sentir dor, nos faz viver a dor. Paramos de planejar e aprendemos que viver é muito mais importante.

Eu passei por muita coisa. Vi coisas que não deveria, e guardei-as para mim quando deveria tê-las soltado. Há um momento na sua vida que você tem que se superar, que você tem que fazer o algo a mais.

Eu sempre tentei ser um cara legal, alguém de valor, alguém que seria raro. Não confunda com perfeição, nunca fui perfeito, nunca quis ser. Eu tenho meus defeitos.

Eu fui machucado, mas já machuquei. É um ciclo normal da vida, por mais que não seja agradável. Mas você supera, ainda tenho certo trauma, certos receios, provenientes de tudo que eu vivi, mas assim como eu, você consegue superar e descobrir que de repente o que você precisa é de alguém que se importa.

É difícil mostrar para qualquer pessoa, o quão autêntico você é. O quão verdadeiro. Sempre muito tranquilo e com ciência do que quero. Bem como, de até onde devo ir. Mas por alguns minutos hoje eu me perdi. Pensando nos olhos.

Eu não vivo uma vida pela metade. Eu não sei sonhar pela metade. Gosto de coisas que me fazem sentir vivo. E isso eu consigo sentir, essa vivacidade, que tão ferozmente conduz para um caminho de alegria. Porque você se sentirá alegre, uma vez que se sinta vivo.

Talvez nada do que foi e será dito aqui faça algum sentido, mas espero que dentro dessa insensatez, assim como eu, você, ele ou ela, possa se encontrar e dizer a mesma coisa: Viver.

Não há como negar que há vestígios em mim, e sempre haverá, não há como negar que há também em cada um de nós. Mas para mim, vale a pena acreditar, confiar. Por que eu sei quem eu sou e um pouco do que eu mereço.

Enfim o que resta é o meu sorriso que nunca morrerá.

domingo, 13 de março de 2011

Mais uma Dança

Eu olhei para cima e respirei fundo, ela apontou para parede e disse: “- Olha é decorado com Cartola e a parede é para dar ideia de rua.”, ela estava certa, era a decoração perfeita para um lugar em que dançava-se um velho Samba. O copo na mão, sim: a simples, suave, amarga, e indescritível cerveja, que apesar da velocidade em que esquentava, descia pela garganta vitruvianamente.

Eu estiquei minha mão para ela; ela que me acompanhava e me lembrava do quanto eu gostava de sambar.Aceitou. Então dançamos, não era a primeira vez, haviamos dançado ao som de Beatles, mais precisamente I Want to hold your Hand. Mas hoje era diferente, eramos nós, só nós. Coincidentemente casual, não havia planos, não havia combinações, havia o acaso.

Ela me acompanhou na dança perfeita, no ritmo perfeito. Eu não era nenhum Patrick Swayze, mas era o cara que a tinha nos braços. A música seguiu noite à dentro, e nossos passos correram pelos acordes ritimados, parados somente, e exclusivamente, por um comentário engraçado, como em quão inapropriado era ter um garçom de quase dois metros querendo conversar com uma garçonete de um e meio. Era físicamente impossivel essa conversa onde estavamos, nos serviamos de mais um copo de cerveja e discutiamos Oswaldo Montenegro para então voltarmos a dançar.

Prestei muita atenção em cada coisa que aconteceu. Eu poderia dizer quantas vezes ela riu, mas a música cessou, e decidimos que era hora de sentar. Pegamos mais uma garafa, e conversamos: coisas simples, agradaveis, reais. Sem nenhuma pretensão de impressionar, deixando guardada a sede pelos lábios e basicamente, deliciando a companhia, a cerveja e o bolinho de arroz com provolone que me apresentara. Eramos Nós, só Nós e a nossa outra dança.

sábado, 12 de março de 2011

Uma em Vez de Vinte e duas.

Hoje, durante um café com uma amiga, fui indagado com a pergunta:"Porque homens não gostam de relacionamentos?". Parei para refletir, e então pensei como e de que forma, poderia generalizar isso.
Eu não sou o tipo de cara mais apropriado para isso, eu gosto de relacionamentos, a ideia de namoro parece plausível, e agradável.

Namoro não consiste em privatizações, e eu não sei porque tantas pessoas acham que é se privar. Sejamos realistas, e pensemos, você começa a namorar.... O que mudou? Não muito, só que ao invés de se preocupar com as Vinte e duas meninas que você vai ficar na Balada, você vai se preocupar com a uma menina que se importa com você. Agora me fale, o que vale mais? Vinte e duas que não agregam valor nenhum a sua vida, ou Uma que te faz crescer, que está do seu lado, que se importa?

Eu, hoje, não tenho problema nenhum com mulheres, ou em conquistar mulheres, eu sou um cara interessante, inteligente, carinhoso, e até bonito, e sempre tem alguma menina carente precisando de um cara assim, não é? Para que eu me preocuparia? Simplesmente porque em um determinado momento da vida você aprende que a pessoa que você liga a noite, ou que deita do seu lado para dormir; ela se preocupa e te quer bem. Ela te faz bem.

Namorar não é ruim, namorar é fácil, simples, é otimo, porém, como bons racionais que somos, temos a fabulosa capacidade de tornar tudo mais difícil e complicado e sermos os donos da situação.

Namore, cuide, saia com seus amigos, fique bebado com eles, não haverá problema, desde que você saiba para quem dará sua ultima dança. E ela entenderá, pela suas atitudes, quem você é e do que você é feito.

Já falhei em namoros, já errei em relacionamentos diversos, mas sempre tentei acertar. Sempre respeitei, e sempre vou respeitar, porque no final das contas a única coisa que vai acontecer é eu, e somente eu, viver com aquilo, com o sentimento de culpa ou de "eu fiz o melhor".

Segure a mão dela em frente ao seus amigos. Use a cintura, quando for beija-la e não para mostrar pose.
Não dê amasso na frente de todo mundo isso é uma “particularidade” de vocês, dê um simples “selinho” e pergunte se ela está confortável. Mas isso, é só uma dica.

Lembre-se não há necessidade de apressar nada, mas há a necessidade de viver, de amar, de doar, de ceder, mas principalmente enteder que agimos, pensamos e somos diferentes. Cada um com sua particularidade.

E quando achar que está decepcionado, lembre-se da parte de particularidade, costumamos nos decepcionar não pelo que foi feito, mas sim pelo que esperávamos que fosse.

Chego então ao meu final, com o pensamento de que homens não tem medo de namorar, tem medo do novo, do estranho e do diferente.como todo ser humano. Não se trata de privações, se trata de Uma em vez de Vinte e duas.

Tarde Seguinte

Estava abarrotado de pessoas, confortantemente abarrotado, mas eu pude ver-te. Não, na realidade foi algo muito mais, como sentir-te. Eu sabia que encontraria algo. Algo você, alguma música ao fundo tocava, não sabia o nome ou quem cantava, mas fez meus olhos fecharem, esses os quais muitas das vezes haviam permanecido abertos ao som de qualquer melodia, não resistiram, padeceram.

A brisa suave bateu ao meu rosto. Chegara a uma área particular da casa, acendi meu cigarro amassado, risquei o isqueiro velho e traguei. Era sexta-feira, eu estava cansado. Exausto seria a palavra, mas minha mente máquinaria, programada para Supply Chain, não aquietou-se, pensava no que vira, sentira ou até imaginara, pois, não era possível. O estonteante não pode ser possível.

Ali, com o cigarro na mão, vendo suas cinzas cairem e sentindo a brisa bater, me ocorreu o pensamento, o impróprio pensamento de algo gelado amargo descer pela minha garganta. Me virei para onde haveria de voltar. Não fui, pois, ela vinha em minha direção, um sorriso não pretensioso, era puro. Me venceu. O tão pretensioso e dominador se foi. O controle da situação já não era mais meu, se é que algum dia fora.

Ela sentou-se na mesa, cruzou sua perna e seu olhar se perdeu. Foi para um infinito particular onde cada detalhe era exclusivo e aquilo, aquele infinito me ludibriou, eu precisava, queria, tinha sede de curiosidade por aquele pensamento. Exitei ao ir até ela, pois, não sabia o que dizer, não queria soar clichê , queria soar a mim, agradável, sutilmente inteligente, feminista. Joguei o cigarro fora. Caminhei. Perguntei se ela gostaria de companhia, ainda que inseguro e amedrontado. E ela disse que seria agradável.

Puxei a cadeira, me sentei, observei seus olhos sem falar nada por alguns instantes. Perguntei para onde ela olhava, tão compenetrada. Ela me disse que somente pensa e admirava as estrelas. Falei para ela que olhar as estrelas sempre me acalmava, apontei para ela a constelação de Sagitário, a noite era bem clara, um céu que só o interior provia. Ela falou que seu signo era Sagitário, mas não era uma grande conhecedora de constelações. Eu falei que também não mas, como seus olhos, era a mais bela que já haviam me apresentado.

Ela sorriu tímida pela primeira vez, me senti como um vencedor. Ela perguntou se eu tinha um papel disse que sim, e ela me pediu emprestado, anotou um telefone e me devolveu, olhou para mim e pediu que ligasse no outro dia, depois das 14, pois precisava ir. Eu levantei-me, demonstrando meu cavalherismoa para auxiliá-la, agredeci pelo número e disse que ligaria. Ela me deu um beijo doce no rosto e disse "se cuide",virou as costas e voltou de onde viera.

A vontade de algo amargo e gelado havia ido embora, eu peguei outro cigarro dei um trago e deixei-o queimar enquanto olhava a bela Sagitariana que havia conhecido através de sua própria constelação, dei mais um trago e fechei meus olhos, a noite já não me interessava tanto quanto a tarde seguinte.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A nossa música Brasileira

Ao som de Paulinho da viola, eu a convidei, um convite pretensioso, audacioso. Era um convite, ainda que digitado, com um certo brilho no olhar, eu havia sentido a necessidade pretensiosa de um sorriso em seus lábios. Soou plausível. A priori um fondue, pensei, é diferente, é egocêntrico como eu, é único. Eu egocêntrico que sou, mudei de planos, MPB, soaria clássico, soaria puro e impuro, soaria a mim, ousado mas puro, como um cristal mostraria seu valor sem muitas intenções promiscuas.

Desatento aos detalhes... não, esse não seria eu. Eu me atento, observo, pesquiso e procuro o melhor lugar, como se até fosse um perfeito galanteador, ou um profissional. Profissionais não erram, eles são precisos eles são centrados, eu me encaixo em "focado",  em "determinado". O toque aos seus cabelos lisos, era excêntrico, era fino e doce, como sua gargalhada de um comentário cômico levemente observado e talvez clichê, mas real, sedoso, como o toque dos acordes de uma bossa composta por Chico, ou um chorinho do Paulinho, mas tão poeta quanto Oswaldo, tão realista quanto Elis.

Não há como explicar a vida em um samba curto, apesar do Sax do jazz soar melódico, é incompleto, soa curto e pequeno ainda que sua partitura seja composta em Si Bemol ou em qualquer pentatônica maior feita para Blues. Mas eu não quero o Blues do Eric eu quero a escala doce de Benito de Paula, de Paula a nossa música brasileira.

Aquela melodia perfeita que não cala, que não morre, como em um marketing natural de qualidade desenvolvido pelo seu próprio sabor, sem pré-definição ou concessão, só a simplicidade natural da partitura perfeita.

domingo, 6 de março de 2011

Eu chamo de você

De todos os pensamentos provenientes de uma situação não tão bem definida, pré-ditos e vividas por pessoas conhecidas, estou aqui hoje, ambíguo. Eu lhe procuro, me preocupo, me descuido­­, me mantenho forte, fragilmente forte, no momento em que  pareço mais forte -  Nos encontramos - A resistência ,o medo e força se esvaem, talvez as coisas estejam meio misturadas e a vontade de  brigar, lutar e resistir se vai quando a frágil vontade de partir se esvai.

Eu penso repenso e revivo cada coisa que senti, que sinto e que sentirei com o incerto como na  conjugação de verbo sentir passando por todos os tempos, contudo,  penso muito mais no que seria a continuação. Muitos dizem que perderam a capacidade de amar, eu não, aliás você também não, você simplesmente acha que perdeu, mas o que sente e demonstra sentir não é amor? Não é amar? Ou seja, talvez e só talvez,  quando perdeu,  ganhou.

Me perco quando penso, e me descuido quando me foco, me foco no certo ou correto como realmente ou ilusoriamente seja. A pior coisa de um momento é e ter que esperá-lo, mas as vezes é melhor, notoriamente, será a predestinação de viver o que acontecerá e sorrir com a vitória, e esta, a tal vitória que pode ser usada como um nome feminino disposto ao amor, pode ser perder ou ganhar, uma vez que o que foi não será novamente e  o melhor pode acontecer de repente, com o certo ou com o incerto.

Viver, sorrir e lutar, é o que nos faz andar  ou até evoluir talvez seja o que a imprecisão das pré definições possa nos trazer, mas isso eu só chamo de você.