quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Garantia não cobre

Em meio ao caos sublime das execuções diárias, olhei nas prateleiras como um consumidor que não sabia o que queria comprar. Me venderam então um sorriso. A necessidade então me foi criada, por um marketing elaborado pelos olhos.

A priori não era essencial, mas é quando você menos espera, que o apego , vontade e a real necessidade são criados, você quer sempre aquele produto. Quer cuidar para que não arranhe, quebre ou se danifique. Enfim, você cuida.

Perdi muito tempo pensando que as coisas eram justas, pensei que há produtos que são perfeitos, um para cada pessoa, e não há, não há um produto perfeito para você. De fato um absurdo. Desculpe mas, é verdade. Você é perfeito para você mesmo, e isso é um fato. Existem produtos que são de alguma forma parecidos conosco, e produtos que tem a capacidade de nos passar segurança, porém, se tiver qualquer problema, a garantia não cobre.

No Manual do consumidor, não existe nada que ensine a resistir, e também não diz que pode ser considerado uma droga. Faz com que você aja de maneira que você não iria agir normalmente, é alucinógeno. Ai então, como se fosse óbvio e senso comum, me vejo querendo comprar, e tentando achar no gerundismo gramatical, da mesma forma que achei na prateleira da vida, mas agora procuro no meu próprio quadrado. Afinal quando a garantia não cobre ou você leva na assistência técnica ou conserta por conta própria, ah sim, você pode jogar fora e se adaptar. É tudo uma forma do quanto você está disposto a se esforçar por causa de um produto.

Não quero comprar outro produto. Porque dentro das imperfeições, e das coisas que não são feitas para nós. Os defeitos não me incomodam. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Ponte

Sentado em posição de meditação ele estava, focava seu pensamento em coisas positivas, pensamentos positivos, coisas boas, pensava em seu objetivo. Já fazia certo tempo que estava sentado, ele conseguira acalmar-se. Era bom começar o autocontrole, o domínio da mente. Levantou colocou uma calça leve, jogou uma blusa por cima do corpo. Ao pegar a chave do carro percebeu que esquecera o livro em seu quarto. Correu para pegá-lo, apanhou o livro de capa vermelha e foi para o carro.

Ligou a chave no contato, ouviu o motor girar e funcionar, ligou o som, a música que tocava o lembrava tanta coisa, era como se um filme passasse em sua cabeça, aquilo o fez sorrir. Irônico, mas o fez sorrir. Saiu com o carro, andava lentamente, olhava a lua no céu, ele não tinha um destino certo só queria ir. Chegou a uma grande praça no meio da cidade. Engraçado, sempre quis ir ali, mas sozinho não era onde ele imaginaria parar.

Estacionou facilmente o carro, pegou seu livro e foi para praça. Deixou seus passos irem, chegou a uma ponte e parou. Olhou para baixo; um pequeno rio corria ele sorriu para água que passava tranquilamente. Seu reflexo era estranhamente nítido, podia ver sua alma. Virou seu corpo encostou suas costas madeira em que havia deixado seus braços cruzarem.

Sua cabeça ficara novamente agitada pensando em tantas coisas. Era hora de filtrar seus pensamentos de novo, ele sabia que mudanças são inevitáveis, que as vezes a vida beteria no nariz, que ele sangraria, que pensaria em desistir e olharia para o futuro sem muita esperança, mas é ai que deveria crescer. Estufar o peito. É nessa hora, quando você esta mais fraco, quando você esta triste, que a verdadeira luta começa. Não é fácil, não foi e não vai ser fácil nem para mim nem para ninguém. Mas valerá a pena... ninguém vive o que não consegue suportar, ninguém, e a melhor forma de superar algo é querer. É viver isso. Se você perder alguém não importe quem.. ou o que seja... leve o que teve de bom, você nunca fez demais, e nunca fez de menos, só fez o que podia fazer... se não fez algo... é porque de fato, não queria ou não precisava. Então não se arrependa.

Ele sorriu novamente, estava decidido em com objetivos traçados, ele ia abraçar qualquer coisa que viesse, dor, alegria, incerteza. Ele traçara seu objetivo, fez tudo que o lhe ensinará. E estava disposto a correr todos os riscos.

Já não havia erros, os reveses sempre serão oportunidades para a expansão pessoal e para o crescimento espiritual.

Ele lembrou um sorriso. Colocou o capuz da blusa, era hora de comer algo quente e tomar um bom vinho, e não havia melhor lugar do que na frente de sua lareira com uma vista para o céu azul escuro com pontos brilhantes.

domingo, 5 de junho de 2011

A Maneira mais Fácil

Aquelas palavras não saiam da minha cabeça e um medo gelava o estomago. Já era tarde e a cabeça não parava, o mundo parecia confuso e eu estava ali sem palavras, olhando para o teto e repassando a cena na minha cabeça.

“O caminho para casa fora lento... demorara mais do que de costume na realidade, quase o dobro do tempo...Ele ligou o radio mas não escutava o que estava tocando. Na realidade o que guiava o ironicamente era a linha mal tracejada do asfalto.”

Ele se sentia de certa forma patético. De fato ele era. Sentia que era fadado ao fracasso com esse seu jeito de ser “correto”. Mas afinal, quantas vezes ele agira dessa forma, sentia o gosto da decepção, e continuara assim? Em seu amago ele sabia que não deixaria de ser assim.

Em um momento x em que o beijo acontecera, após longa conversa, ele deu conta do quanto se preocupava, em todos os méritos, amigo, homem, companheiro.

Todas as minhas perguntas sem respostas continuavam. Eu estava notoriamente abatido, porém, como bom capricorniano que era, sorri e soube o que faria. No final das contas eu sempre arrumava mais um motivo para trabalhar.

E era assim mais uma vez. Era maneira mais fácil resolver qualquer problema ou envolvimento pessoal quando decidia trabalhar, estudar. Eu era bom nisso e eu precisava de algo para se orgulhar. Ainda que com certos pensamentos dentro de mim.